quinta-feira, 8 de novembro de 2007

A Nova Poesia Resistente (do funcionário público)

No primeiro diploma,

Congelaram as progressões,

Acabaram os escalões,

E não dizemos nada.

No segundo diploma,

Aumentam o tempo das reformas,

Mexem com todas as normas,

E não dizemos nada.

No terceiro diploma,

Alteram o sistema de saúde,

Há um controlo amiúde,

E não dizemos nada.

No quarto diploma,

Criam-se informações,

Geram-se várias divisões,

E não dizemos nada.

No quinto diploma,

Passa a haver segredo,

As pessoas vivem com medo,

E não dizemos nada.

Até que um dia,

O emprego já não é nosso,

Tiram-nos a carne fica o osso,

E já não podemos dizer nada.

Porque a luta não foi travada,

A revolta foi dominada,

E a garganta está amordaçada.

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