sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Meu amor, meu amor


Ary dos Santos

 

 

Meu amor meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.


Meu limão de amargura meu punhal a escrever
nós parámos o tempo não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.


Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento


este mar não tem cura este céu não tem ar
nós parámos o vento não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.

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