quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Casa-Mãe/Cidade











Hora a hora dia a dia
P’las ruas encantada
Andei a ver se entendia
A cidade tão cansada
Casas tristes desoladas
Juntas soltam um queixume
Sobrevivem em fachadas
De abandono e de ciúme

Nas varandas enlaçadas
Pelas heras da saudade
Oiço rir às gargalhadas
Entre gritos de outra idade
Na calçada envelhecida
Faltam pedras pelo chão
Os canteiros são a vida
Dos becos na escuridão

Quer de noite quer de dia
Meu mistério decifrava
E se acaso me perdia
Mais de mim eu encontrava
Mesmo em frente à casa-mãe
Encontrei-me na distância
Ai de quem por si não tem
Na memória qualquer esperança


Aldina Duarte

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