sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal de quê?

 

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Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Dos que não são cristãos?
Ou de quem traz às costas
as cinzas de milhões?
... Natal de paz agora
nesta terra de sangue?
Natal de liberdade
num mundo de oprimidos?
Natal de uma justiça
roubada sempre a todos?
Natal de ser-se igual
em ser-se concebido,
em de um ventre nascer-se,
em por amor sofrer-se,
em de morte morrer-se,
e de ser-se esquecido?
....................................
Jorge de Sena (Natal de 1971)

2 comentários:

O Profeta disse...

Tão calmamente corre esta viagem
A terra anda devido ao amor
O que é isso de amar com amor?
O que é isso de o perder sem dor?

O que é isso de acreditar
Às vezes Deus carrega ao colo um justo
Às vezes uma reza acende o Sol a meio da noite
Às vezes duvido acreditando a custo

Abracei o mundo este natal
Lembrei passados desvanecidos
Senti aromas que pensei perdidos
Senti que a vida me infligiu mil castigos

Senti que a solidão era a porta para a razão
Que era uma criatura sem grande importância
Senti que ainda não tinha traçado todos os rumos
Que não há longe perto da distância

Um mágico fim de ano

Um abraço

Isamar disse...

Um poema lindíssimo que apela à reflexão, à justiça, à resolução dos verdadeiros problemas da vida. O Natal só o será verdadeiramente quando banirmos a fome e a guerra da face da Terra. Infelizmente, estes não parecem ser prioritários aos mandantes do poder. Lutemos sempre por isso.
Desejo-te um Ano Novo à medida dos teus desejos, amiga! Que todos os teus desejos sejam concretizados apesar do mau momento por que passamos. Saúde, Paz, Amor...

Beijinhos

Bem-hajas!