domingo, 10 de fevereiro de 2008

Cigarro

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Na confusão deste dia,
revejo-me nas mil palavras que falei.
Doces e belas a cada momento
de mais uma doce e terna recordação.
Abri teu peito, rasguei-o
entornei seu sangue em mim.
Bebi-o, sorvi a tua vida
e derramei-a sobre o mundo.
Deitei-me num orgasmo
êxtase...
Olhei-te assim pálida, fria
tão branca, tão casta, tão morta.
Inalei um cigarro,
com a sua ponta escrevi o teu nome
no meu peito e na minha alma.
A cada brasa, tu voltavas à vida
grintando pelo meu nome.
Eu, deixei-me ficar quieta
embriagada pelo teu sangue
pela tua vida.

Por fim,
levantei-me
atirei a beata fora
peguei em mim
e com as minhas próprias mãos
desfiz o meu corpo
marquei-o
incêndiei-o
matei-o
fiz dele a pedra gelada
o iceberg destemido
contra as ondas do mar

Agora vagueio neste mar que me cerca,
olhando ao fundo não vejo terra
apenas mar
o mar que me lavou o teu sangue.


Dana/ Agosto2002 ( in Universo em mim )

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