quarta-feira, 11 de junho de 2008

As amoras

 


O meu país sabe as amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.

 

Eugénio de Andrade ("O Outro Nome da Terra")

Fotografia: Net

10 comentários:

Carla disse...

...como gosto de amoras bravas e do sabor e das memórias que elas oferecem...
...como gosto destas palavras qu nos ofereces
beijos

peciscas disse...

É também um pouco isso que eu penso de Portugal.
E essa foto fez-me mesmo lembrar as amoras da minha aldeia que eu comia, quase com o pó todo que tinham em cima.

Anónimo disse...

ANA

Que linda foto!
que linda poesia!

beijos brasileiros

Jorge P. Guedes disse...

Ana Marta:

Esta senhora escrevia poemas como quem respira! A maior de sempre, quanto a mim!

à margem: Ana Marta, permita-me sugerir-lhe que limite a menos postagens esta sua página principal.(tem posts de princípios de Maio)
Hoje, uma vez mais, tive que fazer um refresh para visualizar a bela imagem das amoras.
Outras vezes, a lindíssima imagem-rosto do blogue não abre sem uma nova tentativa. E é pena, pois é tão bonita que logo impressiona quem a vê.
Sabe a quantas publicações limito o Sino? A 4 ou 5! Isto para que a página não fique demasiado carregada.
Peço-lhe que não leve a mal esta minha sugestão. Tem apenas um fim constructivo, como decerto compreende.

Um abraço para si.
Jorge P.G.

zigoto disse...

É com blogues como este que se ajuda a despertar um país anestesiado pela propaganda desenfreada que nos sufoca.

Isamar disse...

Anamarta

Hoje,foi um dia muito feliz para mim. Resultados negativos. Tudo em forma.

Acho que este poema, que eu adoro, é de Eugénio de Andrade. Confirma embora a net o apresente como sendo de Sophia.

É lindo! Já uma vez o publiquei assim pensando numa co-autoria.

O teu blog está lindíssimo!
Beijinhos

anamarta disse...

Isabel
tens razão,o poema é do Eugenio de Andrade, já corrigi. peço desculpa aos visitantes e amigos a quem induzi em erro.
Abraços

Jorge P. Guedes disse...

BURRO, deixei-me levar no engano. Até poderia ser dela, sim, mas de facto é desse outro gigante da poesia!
Agora, lendo o nome do livro, acordei para a realidade.

Mea culpa est

Elvira Carvalho disse...

Também acho o poema muito bonito. E eu adoro amoras silvestres. Quando era menina, eu morava num barracão à beira-rio. E do outro lado Havia um grande silvado onde eu apanhava e comia as belas amoras. Um belo dia furei, entre as guias das silvas e consegui passar para o centro do silvado onde as amoras eram mais maduras (ninguém lá ia). O pior foi para sair. Não consegui. Chorei, chorei até adormecer. Quando meus pais deram pela minha falta, ficaram numa aflição pensando que eu tinha ido para o rio, e teria morrido afogada. Meu pai e outros trabalhadores da Seca, levaram mais de 2 horas a mergulhar no rio, pensando que iam encontrar o corpo, até que eu acorei e comecei a gritar.
Um abraço

Maísa disse...

Eu gosto tanto de apanhar amoras.
Adoro.
Beijinho.