Antes que o sonho (ou o terror) tecera
mitologias e cosmogonias,
antes que o tempo se cunhasse em dias,
o mar, sempre o mar, já estava e era.
Quem é o mar? Quem é o violento
e antigo ser que destrói os pilares
da terra, e é só um e muitos mares,
e abismo e resplendor e azar e vento?
Quem o olha vê-o pela vez primeira,
sempre. Com o assombro tal que as coisas
elementares deixam, as formosas
tardes, a lua, o fogo da fogueira.
Quem é o mar, quem sou? Sei-o no dia
que virá logo após minha agonia.
Poema de Jorge Luis Borges, "IN Rosa do Mundo-2001 Poemas para o Futuro" da Assírio & Alvim
8 comentários:
Olá Anamarta, bela fotografía...Belo poema...
Beijos
que belo trabalho...quisera eu ser onda do mar, pequena onda apenas para o seu sal encontrar!
beijos
Bonito poema e bela foto.
Parabéns pelo blog
Do mar viemos.
Ao mar sempre regressamos.
Do mar e para o mar vem e vai o meu pensamento.É lá que um dia irei ficar qual ondinha feliz embalada pelas correntes que de lá tudo trouxeram.
Beijinhos
Bem Hajas!
Belo Poema!
um belo poema sem dúvida
já o conhecia mas reler nunca é demais
encanto-me com poesia e não me canso de a ler vezes sem conta, há sempre um sentir diferente
obrigada pela partilha
o mar sempre o mar e esse canta para mim
beijinhos e um terno abraço
lena
Bom é voar pela net e encontrar em cada poiso, ninhos de palavras dos maiores...
Jorge Luís Borges, um marco indelével na literatura sul-americana e mundial!
Abraço e pronto restabelecimento.
Jorge P.G.
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