Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos móveis e tu vinhas
solstício de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,
menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.
Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.
O fel que por nós bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
só tu ficaste a ti acostumado.
Natália Correia
O Dilúvio e a Pomba
Lisboa, Publicações D. Quixote, 1979
8 comentários:
Olá, amiga!
Passei para ler e deixar uma beijoca.
Olá Anamarta, belíssimo texto de Natália Correia... Maravilhoso... Obrigada pela partilha... Beijinhos de muito carinho,
Fernandinha
A Natália é sempre uma excelente escolha. E para ilustrar a época, difícil seria ter melhor.
Um belíssimo poema da Natália Correia bem a propósito da época que atravessamos. E a ilustração também não lhe fica atrás... de muito bom gosto.
Gostei.
Um abraço
Que saudades da Natália...
Obrigada, Ana.
Beijo
Passei a correr para deixar muitos beijinhos.
Volto em breve, espero eu...
Beijinhos grandes
Olá Ana, belo poema de Natal...Bela ilustração...Espectacular...
Votos de feliz Natal...
Beijos
Tenho uma paixão pela poesia como deves saber e este tema apaixona-me. O Natal deveria ser todos os dias mas assim não querem os mandantes do mundo. Afinal gasta-se tanto com a guerra e a exploração espacial que era mais do que suficiente para acabar a fome no mundo e dar a todos uma vida condigna.
Beijinhos, amiga.
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