canto o povo triste
de quem sou
louco em cantar
para esquecer
os sonhos tidos
na manhã da vida
sol de madrugada
livre no morrer
canto a heroicidade
conformada
de quem chorando
se atreve a cantar
barco perdido
na prisão das ondas
as velas rasgadas
o leme a quebrar
canto a solidão
a ocidente
ligada à terra
que nos viu nascer
a covardia
feita de orações
na doce esperança
de poder morrer
canto o desespero
fatalista
de quem sofrendo
se deixa ficar
olhos cansados
enxada na mão
trabalhando a terra
que lhe vão roubar
canto o meu poema
de revolta
ao povo morto
que não quer gritar
que já são horas para ser feliz
que é chegado o dia do medo acabar.
Vieira da Silva
11 comentários:
Dsculpa amiga, não li ainda o texto...fiquei-me pela fotografia...espectacular!!!Já volto cá daqui a pouco para ler, que agora não me apetece.
Beijinhos e vivó SPOOOORTING!
Jocas
Ó miga por onde andas?
Hoje lembrei-me de ti, porque estive a ouvir uma entrevista com o Camané.
Prometi vir ler o poema e amiga, continuo a achar que os poemas são gritos de quem sofre.
O povo não está morto, só não quer mesmo é gritar...acha que não vale a pena ou pura e simplesmente está-se a borrifar! Desde que chegue para a comida e para a renda da casa, do mal o menos...
Bejocas
Uma única palavra: LINDO!
saudade de passar por aqui...
Abraço
É preciso que alguém copntinue a cantar...
Muito bonito.
Bjs
Belíssima escolha!
Gosto muito do Vieira da Silva...
Abreijos.
Excelentes escolhas. Como sempre. Poema e imagem em simbiose perfeita.
Beijinhos
Bem-hajas!
há ja algum tempo q não passava por aqui...belo poema!!bela musica!
beijinhos
Anamarta,
Agosto passado, estou de volta aos amigos... apanhei-te na Maria do Cheiro...
Lindíssimo o poema que não conhecia, com Camané ao fundo...
Perfeito.
Um beijo
Alô Alô
Vim só largar uma beijoca
Inté...
Ainda espero que o meu povo renasça e grite mais alto do que aqueles que o querem manter conzento e infeliz.
Passei para reler o poema e olhar a imagem. Um povo triste, algemado, amordaçado que não deixará adormecer-se enquanto soubermos transmitir aos nossos filhos quanto vale a Liberdade.
Beijinhos
Bem-hajas!
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