sexta-feira, 27 de junho de 2008

A Ti, Esperança

A ti, que nos dás força,

A ti, que nos impões

simplicidade.

A ti, que nos acordas

e com o rosto sereno

nos ergues de manhã.

A ti, que nada pedes

a não ser um pouco de música

e nada exiges

e nos dás a tua própria ternura.

A ti, que diariamente nos acolhes

e nos trazes riso fresco

e nos dás uvas

e nos fazes cantar

nas horas difíceis.

A ti, que ofereces água

a todos que passam

e mostras um caminho

aos poucos iluminados.

A ti, que com a tua dança,

o teu ritmo, o teu fogo

transformas as paisagens

e deixas ruas cor de ouro

e deixas árvores cor de linho.

A ti, que estás suspensa na noite

como uma lua branca,

e nos enches com a tua claridade

e nos dás esta grande confiança,

esta alegria imensa de crianças.

A ti esperança, eu dedico

agora e sempre

este poema.

 

João Rui de Sousa (1928) "IN De Palvra em Punho"

Fotografia: Rarindra Prakarsa

16 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Um belo poema. A merecer uma atenta leitura. De um poeta que eu desconheço totalmente.
Um abraço e bom fim de semana

Carminda Pinho disse...

Sem esperança, não se vive, apenas se vêm passar os dias.
Que a esperança nos acompanhe, para sempre.

Beijos

lena disse...

que bela partilha

não sabes como me encanto com poesia


a ti dedico o poema!


beijinhos muitos


lena

Isabel Filipe disse...

não conhecia o autor ...

é bem lindo o poema


bjs e bom fim de semana

peciscas disse...

Um poema que sabe bem ler porque transmite esperança no futuro, optimismo, força!

Anónimo disse...

Ana Marta

belo poema!!

belo final de semana a!:)

mundo azul disse...

...bonita a imagem dos meninos! Bonitos os seus versos... Beijos de luz e um domingo muito feliz!!!

Luís Alvarenga disse...

Boa escolha. Bom poeta e excelente ensaísta.

Maria disse...

E nós a precisarmos tanto dela...
Belo poema!
Bom domingo

lena disse...

entrei, reli o poeta que gosto e partilho contigo outro dos seus poemas


Doer A Dor Da Palavra

Dói-me esta palavra entornada pelo meio.

Dói-me doer o sofrimento
com quantas (poucas) armas tinha,
com quantos objectos não cabiam
no meu escasso pecúlio de defesa.

Dói-me saber quanta pungência,
quanta árdua folha de vigília
se torna necessário trucidar
ou percorrer
- mesmo até ao fim (às árvores glabras),
até ao destroçar das circunstâncias torpes,
de ocultas traições e da destreza
(impante, despudorada)
com que se erguem taças à glória espúria.

Dói-me doer o dia como um fim em festa,
como o arder da casa ou o ruir da pátria.


João Rui de Sousa

com carinho, um abraço meu

lena

samuel disse...

Agora e sempre, sim!
Muito bonito.

Abreijos

Jorge P. Guedes disse...

De esperança bem necessitado anda o mundo!
Não conheço o poeta.
A imagem escolhida é belíssima!

Um abraço, Ana Marta.

Carlos Veiga disse...

Gostei imenso do seu blog. Os meus parabéns!!!

Elvira Carvalho disse...

Passei. Deixo um abraço e votos de boa semana.

Odele Souza disse...

Esperança.
Por vezes é o que nos resta. E que nos move.

Um beijo e boa semana.

Isamar disse...

Um excelente poema de um autor desconhecido. Que será de nós quando essa chama que nos alimenta, dá luz aos sonhos e ajuda a prosseguir na caminhada, se apagar? Nem quero pensar!

Hoje e sempre louvemo-la!

Beijinhos

p.s. Desculpa a ausência.